15 de nov. de 2009

A história do Sr. Hélio, pai do Daniel

Hoje não vou falar de política, vou contar um pouco sobre uma experiência única e muito gratificante.

Ontem, tive a oportunidade de passar algumas horas, junto a um grupo de pessoas de uma comunidade próximo a Osasco – SP. Nosso encontro aconteceu no salão da Igreja Divino Mestre. Fui a convite de uma das organizadoras deste grupo, para falar sobre a difícil tarefa da “Convivência em Família”.

Falei sobre a importância da comunicação, olhar nos olhos, ter confiança e, sobretudo saber escutar. Também pontuei a importância do bom humor, carinho, compreensão e principalmente respeito. Bem, o teor do bate papo girou em torno desses itens, mas o que eu achei mais gratificante foi conhecer o Sr. Helio, pai do Daniel.

Um homem meio tímido, calado, porém sábio, centrado e principalmente oportuno. Durante a conversa contou-me que começou aos 7 anos a trabalhar. Hoje com 63 diz com orgulho que “nunca tirou férias”. Perguntei sobre os divertimentos que fizeram parte de sua adolescência e se já havia contado sobre eles ao seu filho.

Vivia na roça e lá os divertimentos resumiam-se a dançar apenas quando tinham casamentos. Nunca havia comentado sobre isso com seu filho, pois acredita que ele não teria interessa. Outros tempos, outras experiências.

Timidamente, falou durante nossa conversa, que achava estranho nesta geração de jovens, que todas as vezes que apresentava o filho a um amigo, ele nunca estendia as mãos. Na roça, aprendeu que este seria o gesto de maior deferência que uma pessoa poderia ter em relação à outra ao ser apresentada.

Lembrei durante a minha palestra que muitas situações para os jovens são difíceis de serem vivenciadas. Com certeza o Daniel se retrai pensando: o que será que o meu pai já falou de mim para este amigo? Bem, com certeza o Sr Helio só fez e faz falar bem desse filho.

Filhos são como Plantas. Por vários anos, temos que regar adubar, cuidar. Mas como? Principalmente com amor, disponibilidade e segurança, ingredientes que, o Sr Helio aprendeu e nunca esqueceu ao longo de sua vida. Tenho certeza que o Daniel tem o maior orgulho de ser o seu filho.

A experiência de vida e o amor dos pais pelos filhos são fatores importantes para o desenvolvimento e para o bom relacionamento familiar. Alguns conflitos são inevitáveis, mas muitos podem ser solucionados com um bom diálogo e respeito mútuo. A comunicação entre pais e filhos exige escuta atenta livre expressão de sentimentos e busca ativa de entendimento mediante negociação e compromisso.

Não é fácil desenvolver a habilidade de comunicação, mas trabalhar para isso produz recompensas imediatas e a longo prazo. Tudo o que fazemos na vida tem um efeito sobre as pessoas que nos cercam. Erramos muitas vezes, mas tenho a certeza de que mesmo quando erramos, acreditamos estar fazendo a coisa certa. Cada um faz o melhor que pode e o melhor que sabe. Tenho certeza de que o Sr Helio esta sendo o melhor pai que sabe ser.

Os relacionamentos saudáveis não acontecem de forma mágica. É necessário reconhecer que as pessoas são únicas e diferentes. São essas diferenças que as tornam especiais.

Outro dia alguém me perguntou se eu mudaria tudo na minha vida se pudesse viver de novo, recomeçar a história. “Que é que eu devia ter feito de maneira diferente?” Depois de refletir uns instantes comecei a pensar na pergunta. Não mudaria nada, apenas eu dedicaria mais tempo ao meu pai.

Não sei se o Daniel vai ler isso, mas se ler saiba que eu tive o maior prazer em conhecer o seu pai. Ele fez com que eu relembrasse momentos mágicos em minha vida e sentisse muita falta do meu pai. Um exemplo de vida, assim como o seu. Um pai no verdadeiro sentido da palavra: cuidadoso, amoroso, carinhoso e honesto. Posso dizer que ele não morreu, ainda vive, pois plantou muito bem as suas sementes aqui na terra.

Obrigada a comunidade da Igreja Divino Mestre. Foi um grande prazer conhecê-los.

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