Ausentei-me há alguns dias priorizando algumas outras coisas e hoje poderia retornar falando sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos. Poderia também discorrer sobre Boris Casoy e os garis, ou sobre as enchentes.
Mas hoje é mais forte falar sobre o Terremoto no Haiti. Sim, muito tem se falado a respeito, mas acompanhar os acontecimentos com os Haitianos tem me levado a muitas e outras reflexões.
“37 mil grávidas pelas ruas no Haiti”.
“Podem chegar a 50 mil mortos segundo dados da ONU, porem o governo haitiano diz que podem chegar a 140 mil”.
“Uma criança de apenas 1 ano, após 60 horas é encontrada com vida entre os escombros”.
“20 órfãos brincando em uma creche são salvos”.
“Aumenta o número de órfãos após o terremoto”.
Talvez esse tenha sido o ponto que marcou uma grande mudança em minha vida e despertou a determinação de um novo caminho de aprendizado, de descobertas, de questionamentos... Acredito que esteja ocorrendo uma das maiores transformações da minha vida.
Ando percebendo mais como somos presos a padrões que nos fazem acreditar que as coisas só podem acontecer em determinadas condições... Em determinados lugares...
Questiono hoje sobre a INDIFERENÇA... Não seria uma das mais sérias formas de agressividade cometida contra nossos semelhantes?
Podemos nos sentir despreparados ou até impotentes para lidar com uma determinada situação, mas ao reconhecer e aceitar nossos pontos de vulnerabilidade com a intenção de fortalecê-los, ao invés de nos acharmos inadequados, sentiremos a esperança de estar dando um primeiro passo em direção a uma possível solução.
Percebo como é bom ter a coragem de olhar para a nossa vida e desejar uma mudança. Imaginar é mágico , sonhar é lindo e importante, mas fazer acontecer é o desafio.
A distância é grande, mas NÃO podemos ficar indiferentes...
Falar em Direitos Humanos é falar em direito a moradia, saúde, trabalho, educação... Mas principalmente direito a VIDA.
Deveríamos ter como exemplo. Não temos uma catástrofe como esta em nosso país, mas temos a falta de algumas atitudes básicas, que fazem diferença, como honestidade, coragem, abertura, discernimento e paciência para fazer acontecer.
Sejamos conscientes das nossas ações. Pensem nisso.
Queria ter estatísticas das mortes de recém-nascidos por falta de assistência. Ou de quantos idosos morrem todos os anos atendidos pelo nosso sistema de saúde tosco e falido. Quem sabe falar das grávidas que morrem antes de ter o filho, dos viciados em drogas que morrem pelas ruas porque o estado (com minúscula mesmo) nada faz por eles. Quantos será que morrem no nosso país em filas de hospitais ou por nem conseguir chegar nas filas?
ResponderExcluirÉ apenas uma especulação minha, mas aposto que em um ano chegamos perto dos mortos do Haiti se computarmos as estatísticas que cito supra. Não serei tão corajoso de dizer que o número de mortes locais suplanta o de lá.
Então meu comentário minha dileta candidata, é para que tu – pessoa que sei de caráter ainda não corrompido pela política – te cuides para não te tornar hipócrita como muitos políticos, inclusive aquele cidadão que dirige a nação.
O cara aquele que temos o privilégio de ter como presidente deste país falou até em “liderarmos a reconstrução do Haiti”.
De certo ele fala estas barbaridades porque desconhece os problemas das centenas de favelas dese país onde as condições não diferem muito das do Haiti pré-terremoto. Quem sabe ignore a miséria causada pela seca no interior do nordeste. E quanto a reconstrução/recuperação das centenas de casas atingidas por cheias país a fora? Hipócrita!
Termina não sendo um comentário mas uma advertência deste teu grande admirador descrente da política.
Espero ter te ajudado a ver como a indiferença não começou com o Haiti. Ela já está aqui desde sempre entre os políticos. Por favor, não seja indiferente. Tu és uma esperança, se é que ainda há o que esperar de políticos.
Grande abraço