20 de jan. de 2010

Indiferença ou falta de atitudes básicas?

Ausentei-me há alguns dias priorizando algumas outras coisas e hoje poderia retornar falando sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos. Poderia também discorrer sobre Boris Casoy e os garis, ou sobre as enchentes.

Mas hoje é mais forte falar sobre o Terremoto no Haiti. Sim, muito tem se falado a respeito, mas acompanhar os acontecimentos com os Haitianos tem me levado a muitas e outras reflexões.

“37 mil grávidas pelas ruas no Haiti”.

“Podem chegar a 50 mil mortos segundo dados da ONU, porem o governo haitiano diz que podem chegar a 140 mil”.

“Uma criança de apenas 1 ano, após 60 horas é encontrada com vida entre os escombros”.

“20 órfãos brincando em uma creche são salvos”.

“Aumenta o número de órfãos após o terremoto”.

Talvez esse tenha sido o ponto que marcou uma grande mudança em minha vida e despertou a determinação de um novo caminho de aprendizado, de descobertas, de questionamentos... Acredito que esteja ocorrendo uma das maiores transformações da minha vida.

Ando percebendo mais como somos presos a padrões que nos fazem acreditar que as coisas só podem acontecer em determinadas condições... Em determinados lugares...

Questiono hoje sobre a INDIFERENÇA... Não seria uma das mais sérias formas de agressividade cometida contra nossos semelhantes?

Podemos nos sentir despreparados ou até impotentes para lidar com uma determinada situação, mas ao reconhecer e aceitar nossos pontos de vulnerabilidade com a intenção de fortalecê-los, ao invés de nos acharmos inadequados, sentiremos a esperança de estar dando um primeiro passo em direção a uma possível solução.

Percebo como é bom ter a coragem de olhar para a nossa vida e desejar uma mudança. Imaginar é mágico , sonhar é lindo e importante, mas fazer acontecer é o desafio.

A distância é grande, mas NÃO podemos ficar indiferentes...

Falar em Direitos Humanos é falar em direito a moradia, saúde, trabalho, educação... Mas principalmente direito a VIDA.

Deveríamos ter como exemplo. Não temos uma catástrofe como esta em nosso país, mas temos a falta de algumas atitudes básicas, que fazem diferença, como honestidade, coragem, abertura, discernimento e paciência para fazer acontecer.

Sejamos conscientes das nossas ações. Pensem nisso.

Um comentário:

  1. Queria ter estatísticas das mortes de recém-nascidos por falta de assistência. Ou de quantos idosos morrem todos os anos atendidos pelo nosso sistema de saúde tosco e falido. Quem sabe falar das grávidas que morrem antes de ter o filho, dos viciados em drogas que morrem pelas ruas porque o estado (com minúscula mesmo) nada faz por eles. Quantos será que morrem no nosso país em filas de hospitais ou por nem conseguir chegar nas filas?

    É apenas uma especulação minha, mas aposto que em um ano chegamos perto dos mortos do Haiti se computarmos as estatísticas que cito supra. Não serei tão corajoso de dizer que o número de mortes locais suplanta o de lá.

    Então meu comentário minha dileta candidata, é para que tu – pessoa que sei de caráter ainda não corrompido pela política – te cuides para não te tornar hipócrita como muitos políticos, inclusive aquele cidadão que dirige a nação.

    O cara aquele que temos o privilégio de ter como presidente deste país falou até em “liderarmos a reconstrução do Haiti”.

    De certo ele fala estas barbaridades porque desconhece os problemas das centenas de favelas dese país onde as condições não diferem muito das do Haiti pré-terremoto. Quem sabe ignore a miséria causada pela seca no interior do nordeste. E quanto a reconstrução/recuperação das centenas de casas atingidas por cheias país a fora? Hipócrita!

    Termina não sendo um comentário mas uma advertência deste teu grande admirador descrente da política.

    Espero ter te ajudado a ver como a indiferença não começou com o Haiti. Ela já está aqui desde sempre entre os políticos. Por favor, não seja indiferente. Tu és uma esperança, se é que ainda há o que esperar de políticos.

    Grande abraço

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