Esta semana com um amigo, conversávamos sobre a importância das pessoas procurarem ajuda terapêutica. Como Psicóloga tentei explicar, que é muito comum vivenciamos momentos de grandes mudanças em nossas vidas, e não encontramos a melhor maneira de conduzi-los. A terapia pode ajudar a remover os obstáculos que possam impedir o crescimento maduro e o equilíbrio emocional.
Mas, sei que considerar esta hipótese gera muitos desconfortos. Por que precisaria da ajuda de um Psicólogo para solucionar um problema pessoal?
Entendo que não seja fácil uma saída, sentimos medo da exposição, julgamentos, e principalmente medo de sermos considerados “malucos”. Os tempos mudaram, no entanto ainda é muito comum sentir a sensação de baixa auto-estima e rejeição, pois existe ainda o estereotipo de que são “loucos” os que recorrem a terapia.
Deveríamos considerar um transtorno emocional tão “doença” quanto uma dor de estomago ou no ouvido. Somos um só organismo, mente/corpo, e ele só pode funcionar adequadamente se cuidarmos dele como um todo.
Aceitar a realidade é crescimento. E crescimento com maturidade é quando somos capazes de procurarmos ajuda quando nos sentimos deprimidos, tristes ou com medo. Geralmente, quanto maiores os problemas, maiores as dificuldades de adaptação à realidade e menor a consciência que se tem dela.
Não é função do psicólogo, ou psicoterapeuta, lhe dizer o que fazer – ele não tem soluções prontas a lhe oferecer. Seu papel é o de proporcionar um lugar e uma atmosfera onde não haja julgamentos, onde o individuo possa ser livre para ser ele mesmo, expressando seus sentimentos e elaborando, com auxilio, suas próprias soluções.
Quando procuramos ajuda, é porque pretendemos mudar alguma coisa em nossas vidas. Não podemos mudar os sentimentos e ações dos outros. No entanto, ao final de um processo bem conduzido, podemos mudar aquilo que é possível mudar externamente, aceitar as nossas limitações diante do que não podemos mudar e aprendemos a conviver com essas situações.
A vida é um processo dinâmico, que se alterna entre fatos carregados de sentimentos negativos e positivos: tristezas, alegrias, frustrações, esperanças. O apoio na capacidade de percepção e compreensão destes fatos permite tomar decisões com mais clareza e adequação. É possível sentir-se mais capaz de enfrentar essas alternâncias da vida, sem perder o equilíbrio interno e sem comprometer o bem estar, utilizando as nossas potencialidades e permitindo ser você mesmo.
A psicoterapia não é um processo fácil, nem rápido. Mas, cada vez que você se permite enfrentar suas dores, mais fáceis ficarão as próximas. É um processo contínuo, que exigirá responsabilidade, perseverança e comprometimento. Mas vale a pena. Pode estar certo.
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