6 de out. de 2009

Educação e combate a degradação da ética

Mais uma reflexão

Há dias em que tenho a sensação de que falo/escrevo muito e faço nada. Como combater tantas coisas erradas? A degradação da ética no Brasil traduzidas em impunidade, nepotismo, entre outras tantas coisas ruins pode e devem ser combatidas, mas me pergunto, COMO?

Fiquei pensando, como podemos promover o conhecimento e a pratica da cidadania? Acredito na necessidade da representação política real. A importância de se escolher representantes públicos honestos, éticos e de fato comprometidos com a melhora de qualidade de vida dos brasileiros. Acredito que uma reforma política é necessária e pretendo ajudar as pessoas a entenderem como a representação política pode ser aprimorada através dessas reflexões.

Temos o dever e o direito de escolher um sistema que seja mais justo e transparente. Devemos pressionar os eleitos para o cumprimento das promessas feitas em épocas de eleição. A importância do voto individual, independente, e a força que ele representa.

Resolvi transcrever um e-mail que enviei esta semana, após conhecer um pouco de um projeto, que prevê informar e formar jovens adolescentes para o futuro, como cidadãos conscientes e atuantes.

Profª Claudia

Após conversarmos, tentei por diversas vezes, através do site do Colégio, acessar o link “Diferencial Pedagógico”, mas infelizmente não obtive sucesso. Isso não foi impeditivo, pois a sua explanação me deixou a vontade para discursar sobre o meu ponto de vista, diante deste projeto.

Vejo como algo louvável tentar trabalhar com os adolescentes aspectos políticos, pois se espera que esses jovens sejam os representantes do futuro. Sem qualquer vinculação de ordem ideológica ou político-partidária, acredito que a atuação de convidados para reflexões podem agregar valores significativos nesta empreitada.

Acredito ainda que não tenham o interesse que formar um Administrador Publico. Este tende a ser um especialista, enquanto o dirigente (aquele que almejamos para o futuro) deve estar apto principalmente a compreender os elementos fundamentais de qualquer área de governo, competindo-lhe a responsabilidade de decidir e definir prioridades, o que pressupõe a capacidade de julgar as questões no contexto da realidade global em que se inserem.

No entanto, estamos falando de adolescentes. Adolescer - etapa da vida que marca a transição entre a infância e a fase adulta. A adolescência é uma fase de transição para vida adulta, cheia de mudanças, adaptações físicas, emocionais, sociais e hormonais. Nesse caminho, o jovem está em busca de se conhecer e, por isso, passa a lidar com novas experiências.

Para que aja coerência no discurso dos adultos, temos que considerar alguns aspectos da adolescência que embora se apresente como universal há características bastante peculiares, conforme o ambiente sócio-cultural do indivíduo, não sendo possível estabelecer seu início e término precisos, acreditando-se, todavia, que culmina com o estabelecimento da identidade pessoal.

A Busca de si mesmo e da identidade; a tendência grupal; necessidade de intelectualizar e fantasiar; crises religiosas; a vivência do tempo; a sexualidade; atitude social reivindicatória; condutas contraditórias; separação progressiva dos pais; constantes flutuações do humor.

Podemos concluir que o adolescente é extremamente vulnerável aos apelos provenientes do mundo atual em virtude das modificações pelas quais passa o seu mundo interno. A fase da adolescência é muito complexa, com ganhos e perdas importantes.

De um lado temos a complexidade do momento adolescer e de outro a proposta de discutir política e fazê-los gostar do assunto.

Atualmente a mídia exerce um poder grande de informação somado a diferentes recursos digitais - Twitter, MSN, Facebook, etc. -. Pergunto se os adultos estão preparados para este momento e mais que isso, está apto a segui-los? Será que existe coerência no discurso? Quando propomos sejam políticos e em contrapartida dizemos que os políticos são corruptos, não tem ética, moral, etc.?

Damos continuidade, porem continuamos sem coerência. Dizemos que eles podem ser diferentes, mas por que os que estão no poder não são? Erramos? Onde?

Momentos de reflexão com certeza ajudam bastante. Não apenas entre os professores, mas principalmente entre os alunos.

Já sabemos que o desenvolvimento do país só é possível na medida em que se puder contar com governantes éticos e preparados. No entanto estaremos formando necessariamente os políticos que o país requer? A formação de políticos profissionais não implica conseqüentemente a formação de um ser humano ético e preparado?

Com esses jovens devem ser estudados temas ligados aos direitos e deveres de cada cidadão, o papel do Estado e o estudo da realidade brasileira, além de debates sobre diversas áreas ligadas aos problemas de nossa sociedade, como: educação, saúde, segurança, entre outros.

Com isso, existe grande chance de motivá-los através do desafio. Falar sobre o desafio como propulsor do engajamento político parece ser um caminho interessante.

A minha contribuição efetiva esta em abrir um campo de reflexão, obviamente junto aos professores e posteriormente com os alunos, contando um pouco a minha trajetória na vida publica. Ou seja, falar sobre o desafio de responder “e por que não?” quando me perguntam “para que?”.

Vimos, no entanto que o sistema político brasileiro está falido. Não somente pelos sucessivos escândalos de corrupção, nepotismo, mas também pela não efetivação dos mecanismos de democracia direta, que afastam o povo do real poder, pela não representação de segmentos da população, como por exemplo, a população indígena ou pela sub-representação das mulheres e da população negra. Neste sistema nem todos/as estão representados/as. As conseqüências disso são de extrema gravidade.

A população, descrente, afasta-se do processo de decisões que afetam diretamente sua vida. Questões de grande importância para o país são decididas por políticos sem legitimidade e cada vez mais comprometidos com a defesa de interesses privados, em detrimento dos reais interesses da nação. Nossa democracia está fragilizada.

Vale muita reflexão e se quisermos ver os nossos jovens engajados na política, sugiro a participação efetiva de todos.

Estou a sua disposição para qualquer outro esclarecimento.

Um abraço.

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