6 de mai. de 2009

Uma guerreira.

Para quem tem acompanhado o meu Blog... Ontem deixei de postar como venho fazendo sistematicamente, exceto nos finais de semana e hoje resolvi não falar sobre as mazelas do nosso país.

Resolvi dividir com vocês um momento muito particular que estou vivendo. Minha mãe esta doente. Não pretendo falar das doenças próprias e até esperadas de uma mulher que já viveu 81 anos. Vou falar da mulher do seu tempo.

Quero falar sobre minha mãe. Uma guerreira, um alicerce agora fragilizado pelo tempo.

Ela vem de uma geração de mulheres que conduziam o lar, os filhos e o marido com pulso forte. Não são doutoras ou mestres, com MBA em Harvard, nem tão pouco, sabem o significado de um Networking. Não vivenciaram a Globalização, nem o avanço da Tecnologia. São simplesmente mulheres vencedoras.

A minha mãe fica perplexa diante da violência, da fome, do tráfico de pessoas no Brasil, do trabalho escravo, dos desvios de conduta dos nossos governantes.

É uma incentivadora dos manifestos, da pressão que devemos exercer nas autoridades, nas denuncias de tudo que afronte a dignidade humana, que viole o estado de direito e, sobretudo quando diz respeito às mulheres.

Ensinou-me a ser solidária e uma cidadã consciente. Ensinou-me também que perder a integridade seria infinitamente pior do que perder um lucro fácil. Conceitos de respeito, companheirismo e admiração fazem parte do meu desenvolvimento ao lado dela.

Sempre valorizou a independência, mostrando-me que nada cai do céu, que eu teria que estudar muito para vencer, e que as barreiras, as dificuldades e os desafios seriam inevitáveis. Caso eu conseguisse superá-los, eu teria uma inigualável sensação de poder.

Os anos foram fragilizando o seu corpo, mas as idéias, os conceitos, os valores, esses continuam fortes e presentes. Próximo domingo “Dia das Mães”... Próximo nascer do sol... Dia das Mães “... Próximo anoitecer “Dia das Mães”... Sempre, todos os dias e noites.

Agradeço a Deus ter tido a oportunidade de ser sua filha.

Um comentário:

  1. Sua mãe é como minha vó! As vezes provoco-me a refletir chegando a conclusão de que elas fazem parte de um grupo, de uma classe de pessoas, que a cada dia deixa de existir, que a cada instante deixa de ser cultivada dentro do nosso país.
    É estranho! Quando olho pra ela, sem o tal "estudo", devorando um livro após o outro, percebo que nem de perto vivi e vi sua época. Só assim volto a lembrar-me que muito tenho a aprender ainda com o passado.
    Mesmo tendo ela que vivenciar toda essa ininterrupta evolução tecnológica que, de qualquer forma, cai sobre sua consciência, ela me parece ainda muito mais preparada para suportar as "burrices" da minha época do que eu poderia suportar na dela.
    Um grande abraço e parabéns pelo post!

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